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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

A Bolha Assassina, um dos melhores filmes trash dos anos 80

Vou falar de mais um filme de terror queridinho da minha infância: A Bolha Assassina (The Blob) de 1988. Um típico filme oitentista,  trash, exagerado, atuações ruins e um plot super excêntrico. Uma grande refilmagem do clássico de 1958. Considero o remake superior, apesar de claro, a primeira versão ter seu brilho pois duas épocas totalmente diferentes. Foi reprisado inúmeras vezes no SBT, algumas cenas marcaram e sim tive muito medo, considero o filme trash pelo plot absurdo, seus efeitos são muito bons, uma verdadeira aula de terror artesanal, uma época onde estava começando a desabrochar os recursos tecnológicos, alguns até arriscam dizer que o filme é terror moderno, eu particularmente não vejo assim. A Bolha Assassina me transporta para grandes momentos meus de cinefilia, já na infância tinha muito interesse na sétima arte e com recursos limitados para pesquisas, eu me contentava com o que via na TV, principalmente na fase de ouro do SBT, com suas exibições de grandes clássicos do terror. A Bolha Assassina não foi bem recebida pela crítica especializada brasileira, seu sucesso com o público foi imediato.


A Bolha Assassina possui muita violência, bons sustos e cenas criativas. Na história, a pacata e fictícia cidade de Aborville é atacada por um monstro gelatinoso e gosmento que veio do espaço através de um meteorito. A queridíssima bolha não mede esforços e elimina todos que atravessam seu caminho, para piorar aumenta seu tamanho a cada 'refeição'. O pânico é certo!

Diferente da versão original, aqui a bolha é mais elaborada, contribuindo muito com as cenas mais gores. Neste remake, a bolha possui tentáculos, diversão pura! O monstro gosmento faz parte de uma experiência fracassada para a guerra bacteriológica. Os cientistas então isolaram a cidade, na tentativa de capturar a criatura ainda com vida.


"...Aquela coisa na mão daquele homem o matou e depois matou Paul. E seja lá o que for, está ficando maior!" - Meg.



Destaque para algumas cenas totalmente absurdas, impossível ficar indiferente ao funcionário de uma lanchonete que entra (literalmente) por um cano, quando é atacado pela bolha, quase um desenho animado. Outros grandes exemplos para serem citados, a cena do casal no carro, onde a bolha come a moça por dentro e o rapaz ao tentar colocar a mão nos seios dela achando que ela está dormindo e num grande momento de susto o rosto angelical dela é sugado e a bolha domina com seus tentáculos. A cena da cabine telefônica, onde Francine não tem saída, é aceitar que será devorada pela gelatina assassina, me dá um desespero danado, eu realmente entrei na cena e o rosto do Xerife aparecendo no vidro ajuda aumentar ainda mais a tensão.


[spoiler] O filme desde o início já nos apresenta uma atmosfera pesada, com bons toques de suspense pra chegar nos desfechos de suas cenas de matança. Tudo muito direto, a bolha não perdoa, ela quer matar, deixar rastros humanos por onde passa. O filme é obrigatório para todos nós, amantes do terror  e da melhor década desse estilo: os anos 80 e suas grandes surpresas. Além da violência explícita, cenas gore absurdas e alguns clichês básicos para contornar, (não se escapa disso), aqui uma cena em especial deixa o longa ainda mais ''terrível'', só que para o contexto fictício foi um grande passo e  um tabu para o gênero: a regra 'não se mata uma criança com brutalidade' foi quebrada. Uma criança é morta brutalmente, o que dificilmente ou nunca aparece nos filmes de terror. Uma pobre criança tenta fugir da gosma mas sem sucesso, uma cena pra deixar os mais insensíveis incomodados.

Enquanto a primeira  versão tinha nomes de peso, aqui os atores são típicos canastrões, alguns bons perdidos no meio, juntando ao contexto 'terrir' (proposital ou não) ajudam bastante na diversão. Com isso o filme fecha com um saldo positivo, pela originalidade que foi conduzido o remake e pela criação de uma bolha com outras formas de matar.

Sobre o elenco, gostaria de citar Shawnee Smith, a protagonista Megan, na atualidade ela interpretou a terrível Amanda de Jogos Mortais.


O filme de  1958, é baseado em um acidente ocorrido oito anos antes (1950) na cidade de Filadélfia nos Estados Unidos. O plot foi baseado em um relatório policial verdadeiro. Dois policiais veteranos viram cair algo do céu, e encontraram no local da queda uma monte de “geleia roxa tremendo” que brilhava no escuro. Segundo os polícias, pareciam pulsar por conta própria, eram certamente um organismo vivo. Eles tinham certeza que ninguém acreditaria naquele achado e pediram auxilio pelo rádio. Outros dois policias apareceram no local, e imediatamente tentaram separar um pedaço da gosma que ao ser tocada, evaporou deixando apenas um resíduo na mão de um dos policias, que jamais serviria como prova. 



Com a bolha desaparecida, sobraram apenas os relatórios dos polícias que foram arquivados por falta de evidências. Alguns anos mais tarde, quando o produtor Jack H. Harris estava a procura de uma ideia para um filme de terror, foi sugerido explorar a história dessa bolha misteriosa, que até hoje não sabem o que era, deixa um ponto de interrogação no ar e a quase certeza que não estamos sozinhos. Mua-háhá! Assim, baseado numa história esquisita sem ter como provar, (mas real) que surgiu um dos grandes clássicos do trash.

A História da bolha assassina também está presente na cultura popular. Desde 2000, a cidade de Phoenixville promove o evento anual chamado "Blobfest". Uma reencenação da cena "cult" do pânico à saída do cinema (Colonial Theatre), essa cena está presente tanto no original quanto no remake, embora tenha sido no remake que a bolha tenha ganhado mais destaque e sua fama mundial.

Até hoje o filme assusta adultos e crianças, muito lembrado e espero que a próxima geração tenha conhecimento dessa grande obra-prima B. O final deixa um gancho para uma possível sequência, que eu particularmente espero que não aconteça, deixa nossa imaginação trabalhar e vamos continuar apenas com esse grande clássico do horror em mente.



2 comentários:

  1. gosto muito desse filme!passava bastante no SBT!!a última vez que eu assiste foi em 1997 no sessão da tarde!já não se fazem mais filmes desse tipo que assustam e divertem ao mesmo tempo!! Marcos Punch.

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  2. Muito bom mesmo, faz parte também dá minha infância. Amei o post, vim todos os detalhes. Valeu

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